Governo cria novas regras para evitar blecautes
As empresas de transmissão de energia elétrica de todo o país terão que
se adequar ao Protocolo de Avaliação dos Sistemas de Proteção da Rede Básica do
Sistema Interligado Nacional. A determinação está na portaria 576, do
Ministério de Minas e Energia, publicada nesta quinta-feira (1) no Diário
Oficial da União. O protocolo tem como objetivo estabelecer procedimentos,
critérios e requisitos a serem adotados na avaliação dos sistemas de proteção,
com a intenção de aumentar a segurança e confiabilidade das operações.
O protocolo foi apresentado ontem pelo ministro interino de Minas e
Energia, Márcio Zimmermann, ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico
(CMSE), em reunião extraordinária convocada após o blecaute que atingiu o
Nordeste e o Norte do Brasil na madrugada da última sexta-feira (26). Segundo o
Ministério de Minas e Energia, todas as transmissoras de energia elétrica
aderiram ao documento.
Caberá à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) disciplinar o
processo de avaliação, e o comitê definir quais adequações serão prioritárias e
em que prazo deverão ser executadas. As empresas deverão elaborar um plano de
ação para sanar os problemas apontados pelo protocolo. Na semana que vem, oito
subestações da Eletrobras serão avaliadas. Pelo menos dez equipes de técnicos
do governo visitarão as principais instalações do sistema brasileiro de
transmissão de energia, a partir de segunda-feira, para rever procedimentos de
segurança.
O blecaute, que atingiu quase 100% do Nordeste e 77% do Pará e de Tocantins,
ocorreu porque a proteção das linhas de transmissão estava inativa, concluíram
investigações sobre o caso, que apontaram falha da empresa Taesa. Uma semana
antes da ocorrência, a chave tinha sido desligada para manutenção e não foi
ligada novamente. De acordo com o ministro interino, a proteção teria evitado a
queda de energia se estivesse operante.
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